Potencial de consumo dos consumidores acima dos 50 anos (Mercado Prateado) é cada vez maior, mas empresas ainda não estão preparadas para atender esse filão.

É uma revolução silenciosa. O Brasil, ano após ano, vai ficando mais velho. Segundo o IBGE, o país possui hoje 50 milhões de pessoas com 50 anos ou mais. Isso equivale a um em cada quatro brasileiros. E esse índice vai aumentar bastante nas próximas décadas. O mesmo órgão calcula que essa parcela da população será de 31% antes de 2030.

“Nenhum segmento crescerá tanto em tão pouco tempo. Serão 20 milhões a mais de consumidores em pouco mais de uma década, e eles serão quase um terço da população dentro de muito pouco tempo”, afirma Alexandre Correa Lima, professor da FGV e fundador do portal Revolução Prateada.

O Brasil ainda é um bocado carente em estatísticas regulares desse segmento, mas uma pesquisa conduzida no final de 2017 pelo Instituto Locomotiva estimou o potencial de mercado desses consumidores em 1,6 trilhão de reais por ano.

“É uma espécie de miopia mercadológica. É um segmento importante, com alguma afluência financeira, estoque de tempo livre, desejos e necessidades de todo o tipo, mas quase invisível para o mercado. Ano passado fizemos uma pesquisa que mostra que os consumidores maduros quase não são retratados nos comerciais de TV, e quando o são, acabam sendo de maneira caricata, distante da realidade”, afirma Alexandre Lima, que também é Diretor da empresa Mind Pesquisas, que conduziu o levantamento.

Em outros países, como Japão, EUA ou Espanha, que passaram por transformações demográficas similares ao Brasil, parece haver uma compreensão um pouco melhor da importância desse segmento.

“O Marketing sempre balizou suas estratégias em simbologias associadas à juventude, talvez até pela pouca idade da maioria dos profissionais envolvidos nas agências de publicidade. Além disso, há uma visão um bocado estereotipada das idades maduras, associadas com perdas de todo o tipo. Mas isso é e será cada vez menos verdade. As pessoas estão não apenas vivendo mais, mas vivendo com mais qualidade de vida. São pessoas ativas, com sonhos e projetos, pessoas que querem se manter vivas em todos os sentidos. Velho mesmo é o nosso preconceito. As empresas que não souberem se adequar a essa nova demografia certamente perderão muito mercado”, finaliza Alexandre Correa, que também ministra palestras em todo o Brasil sobre a chamada Economia da Longevidade.

Quem quiser saber mais sobre a Revolução Prateada, pode acessar a página da Revolução Prateada na internet ou o canal de vídeos do movimento no YouTube.